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Trabalhando em Prol da Cadeia Produtiva do Leite (Paulo Branco e K-Sola)

04/05/2015 - Por paulo fernando machado
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Laerte Dagher Cassoli (K-Sola)

Prof. Dr. Paulo Fernando Machado (Paulo Branco)

Desenvolver e disponibilizar ferramentas, para a melhoria da produtividade e qualidade do leite, é a missão da Clínica do Leite, do Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP.

Tudo começou nos anos 80, quando iniciou-se o desenvolvimento do primeiro software de controle zootécnico do país, o Software Agenda.  Sem dúvida alguma, foi considerado uma das maiores inovações da época. Como era raro a fazenda que possuía computadores, adotou-se o conceito de “Bureau” em que produtores enviavam os dados em formulários de papel para serem digitados e compilados por uma central de processamento de dados, e em contra partida, recebiam uma série de relatórios de diagnóstico de situação e de atividades a serem executadas com os animais.  A adoção de ferramentas e softwares ganhou força a partir do momento em que computadores passaram a ser cada vez mais frequentes entre produtores e técnicos, e indispensável para aquele que buscava gerenciar de forma eficiente o seu negócio.

Como evolução do processo, e seguindo a tendência de outros países, em 1996 foi inaugurado o laboratório de análise, que veio prover informações também em relação a qualidade do leite e sanidade da glândula mamária (mastite) dos animais destas fazendas. Na época, o monitoramento da incidência de mastite subclinica era feito na fazenda, com testes demorados e precisão limitada. O laboratório com equipamentos automatizados de alta capacidade analítica e baixo custo, promoveu a disseminação das análises no leite, e consequentemente, mais dados foram incorporados ao banco de dados melhorando ainda mais o diagnóstico de situação das fazendas.

Mas foi no ano de 2000 que este trabalho ganhou um primeiro impulso com a aprovação do projeto temático “Programa Integrado de Melhoramento da Produção e Qualidade do Leite”, junto à FAPESP. Com ele o laboratório foi ampliado, novos equipamentos e análises passaram a ser realizadas além do fortalecimento no desenvolvimento dos softwares, reestruturação de servidores e banco de dados e treinamento de recursos humanos. Foi neste ano que o projeto recebeu o nome de “Clínica do Leite”.

No mesmo momento iniciava-se um grande debate em prol da qualidade do leite no país, envolvendo a academia, indústrias, produtores e o governo federal. Como consequência foi criado o Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL). Este programa tinha alguns pilares, um deles era estabelecer o padrão mínimo de qualidade do leite produzido no país (Instrução Normativa 51 de 2002). De acordo com a IN-51, pelo menos uma vez por mes, cada produtor passaria a ter seu leite analisado. Para isso era necessário estruturar uma rede de laboratório capaz de atender a toda a demanda analítica, sendo criada a RBQL (Rede Brasileira de Controle de Qualidade). A rede foi formada por 4 laboratórios já existentes (entre eles a Clínica do Leite – ESALQ/USP) e por mais 2 novos.

A IN-51 foi definitiva para a consolidação da Clínica do Leite, que passou a ter seu laboratório entre os laboratórios credenciado pelo MAPA e uma grande demanda por análises.

Mas não bastava somente ter um enorme banco de dados zootécnicos e de qualidade do leite. Era preciso transformar estes dados em informações e, principalmente, desenvolver pessoas capazes de aplicá-las para a melhoria dos processos, seja nas fazendas ou nas indústrias. Pensando nisso, ao longo dos últimos anos foram treinadas mais de 10.000 pessoas, desde transportadores das indústrias, equipe técnica das industrias, produtores e consultores.  Um dos treinamentos mais importantes e pioneiros foi o MDA (Master in Dairy Administration), treinamento voltado para técnico e produtores com o foco em gestão de negócio e que já formou mais de 400 técnicos/produtores nas suas 17 edições.

Não poderíamos esquecer de mencionar aqui os inúmeros trabalhos de pesquisa e desenvolvimento realizados a cada ano e que dão o suporte a todo o trabalho oferecido a sociedade (análises laboratoriais, softwares, relatórios e treinamentos). Cada projeto é elaborado com muito critério, com objetivos claros e, principalmente,  para sempre resolver um problema especifico que afeta a produção e/ou qualidade do leite.

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Atualmente, o laboratório da Clinica do Leite é o responsável por analisar cerca de 25% de todo o leite produzido no Brasil, proveniente de mais de 400 indústrias das principais regiões produtoras de leite. Ao longo destes 19 anos de existência já foram processadas mais de 16 milhões de amostras. Este ano o laboratório passou pelo processo de acreditação junto ao INMETRO, na norma ISO 17.025, o que coloca em evidência a sua competência técnica na realização de ensaios em leite.

Além das análises de leite, mais de 1.000 fazendas se beneficiam todos os dias das ferramentas gerenciais disponibilizadas, como o software Agenda e relatórios de diagnóstico zootécnico e financeiro. É maravilhoso ver como estas ferramentas podem facilitar o dia a dia de técnico e produtores trazendo tranquilidade e maior segurança em relação ao futuro do negócio deles.

Que possamos a cada dia continuar contribuindo para a melhoria da produtividade e qualidade do leite. Assim estaremos retornando a sociedade todo o investimento, por ela feita, em nossa instituição.

Laerte Dagher Cassoli (K-Sola F00) Engenheiro Agrônomo, Doutorado em Ciência Animal e Pastagens, Gerente do Laboratório da Clinica do Leite do Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP.

Prof. Dr. Paulo Fernando Machado (Paulo Branco F74) Engenheiro Agrônomo, Coordenador da Clinica do Leite do Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP, Ex Morador da Republica Beco.

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