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Gruyères

15/11/2016 - Por luiz fernando galli
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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As cinco horas de viagem no pequeno mas confortável Ford Fiesta azul marinho, desde Fontainebleau, foram compensadas pelo demorado crepúsculo que lentamente escureceu a inesquecível lateral norte do Château de Gruyères e, um pouco mais tarde, pela tradicional sopa de queijo com cebola e alho-porro do modesto restaurante do sem estrela Gruyères Rooms Hotel.

Reservado pela internet, depois de algumas buscas e avaliações de preços e localização, o Gruyères Rooms é um dos cinco hotéis do medieval e deslumbrante lugarejo de pouco mais de 1.600 habitantes. Como todo estabelecimento e toda residência de Gruyères, esse nosso modesto hotel também tem a sua pequena e artesanal fábrica de queijo. O aroma expelido durante o processamento se expande pelo restaurante, pela loja de artesanato anexa, pela recepção e, logicamente, pelos corredores e apartamentos. Não adianta fechar a porta do corredor para isolar o apartamento ou  colocar toalha para tampar o vão inferior da porta do quarto porque o aroma parece ser mais competente. Entra sabe-se lá por onde. Dorme-se e acorda-se cheirando o saboroso e único Gruyères.

Os outros três restaurantes que conhecemos na vila também tinham o mesmo característico e penetrante aroma.

A qualidade desse famoso queijo é indiscutível e, não por acaso, confere à iguaria fama mundial. No café da manhã, almoço e jantar, as entradas e os  pratos principais levam queijo Gruyères. Se não bastasse o inigualável paladar, nos terraços dos restaurantes pode-se saboreá-lo contemplando a deslumbrante paisagem dos Alpes com os seus pinheiros, suas pastagens, seus picos nevados encostando no céu azul, suas flores e suas típicas construções rurais.

Como não lembrar das folhinhas das Casas Pernambucanas que a minha mãe pendurava na parede da cozinha todos os anos? Quando criança, não tirava os olhos daqueles picos brancos e daquelas casas típicas e florestas, sempre imaginando que os personagens das minhas histórias infantis já tinham passado por lá.

Foram três dias inesquecíveis, visitando castelo, percorrendo trilhas, conhecendo cidades medievais da vizinhança e, por que não, Berna a capital. Esta também vale muito a pena conhecer pela sua bem conservada arquitetura medieval que lhe conferiu o título de Patrimônio Mundial da UNESCO.

Em Gruyères, a poucos metros do hotel ou do castelo, na parte mais alta da vila, tem início inúmeras trilhas que atravessam campos, bosques, vilarejos, igrejas, rios e até montanhas, estas para os mais arrojados. Em qualquer trilha, logo nos primeiros passos o aroma de queijo lentamente começa a ser substituído pelo odor do estrume das mundialmente conhecidas vacas leiteiras suíças com seus avantajados sinos pendurados no pescoço. Depois de identificado como tal, o odor parece disputar narizes com o aroma de queijo e começa a ser sentido no banco da praça ao cair da tarde, quando se abre a janela do quarto no amanhecer, nas caminhadas pelas vilas e campos e, até mesmo, dentro do carro quando se troca a ventilação interna do ar condicionado pela externa, mais natural.

Gruyères e algumas cidades Suíças que visitei estão entre as mais interessantes que já conheci por esse mundo afora. E posso dizer que não foram poucas. Quatro dias se passaram e, neste momento, encontro-me em Locarno, nas margens do Lago Maggiore, bem perto da Itália. Já estou com saudades dos dias passados nos Alpes Suíços embora aqui, nas margens do Maggiore, me sinta mais disposto e menos inebriado. Já devo estar me desintoxicando dos odores do Gruyères e do estrume das famosas Red Holstein, Brown Swiss, Holstein, Swiss Fleckvieh, Original Braunvieh, Simmental e Hérens.

 

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